"O homem é uma incógnita para se próprio
Todos sabemos que somos da classe dos mamíferos, da ordem dos primatas, da família dos hominídeos, do género homo, da espécie sapiens, que o nosso corpo é uma máquina com trinta biliões de células, controlada e procriada por um sistema genético que se constitui no decurso de uma longa evolução de 2 a 3 biliões de anos, que o cérebro com que nós pensamos, a boca com que falamos, a não com que escrevemos são órgãos biológicos, mas este conhecimento é tão inoperante como o que nos informa que o nosso organismo é constituído por combinações de carbono, de hidrogénio, de oxigénio e de azoto."
Todos sabemos que somos da classe dos mamíferos, da ordem dos primatas, da família dos hominídeos, do género homo, da espécie sapiens, que o nosso corpo é uma máquina com trinta biliões de células, controlada e procriada por um sistema genético que se constitui no decurso de uma longa evolução de 2 a 3 biliões de anos, que o cérebro com que nós pensamos, a boca com que falamos, a não com que escrevemos são órgãos biológicos, mas este conhecimento é tão inoperante como o que nos informa que o nosso organismo é constituído por combinações de carbono, de hidrogénio, de oxigénio e de azoto."
Morin, Edgar (s/d) O Paradigma Perdido, pág.15,
Mem Martins: Publicações Europa_América
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Formação do indivíduo
O homem surge-nos simultaneamente demasiado simples e complexo.
No primeiro caso, quando empreendemos observações imediatas desprovidas de meticulosidade; no segundo caso, quando consideramos cientificamente o Homem pressupõe uma enorme riqueza de relações de toda a ordem, como os outros, com o meio ambiente, com a cultura de que faz parte, isto é, depende de inter-relações.
O Homem não é uma entidade isolada em relação à totalidade complexa da vida: é uma unidade autónoma e também um sistema aberto biológico, social, cultural.
O Homem é portanto um conjunto de acontecimentos, foi assim necessária uma série múltiplos eventos, para que a humanidade pudesse estabelecer-se como um caso diferencial no reino animal. Reconhecemos diariamente comportamentos, vivemos e convivemos com eles, formando expectativas que nos garantem compreensão sobre o que nos cerca. Muitas questões se afiguram à nossa mente, tal como, Quais são as raízes biológicas dos nossos comportamentos?
Para responder a esta questão deparamo-nos com o tema Genética.
Esta, a ciência da hereditariedade, é o cerne das ciências biológicas, pois o material genético dá origem aos organismos com as suas potencialidades e/ou limitações biológicas, enquanto o meio interage com os genes para dar ao organismo as suas características distintas: anatomia, bioquímica, fisiológicas e de comportamento.
Todos os organismos vivos, desde a mais simples bactéria até ao ser humano, evidenciam uniformidade a nível dos seus constituintes e da sua estrutura básica. Têm os mesmos componentes químicos e celulares, mostrando as mesmas vias metabólicas e o mesmo processo básico quando se trata de Transmissão de Características Hereditárias.
Desde há séculos que o homem detecta a sucessão das gerações. A hereditariedade impõe-se pela vivencia imediata que todos nós temos. Muitas teorias foram surgindo para explicar como se transmitem as características hereditárias, algumas com pouco rigor, quando se pensou que as características estavam no sangue e que depois passavam para o ovo. Essas ideias são traduzidas na linguagem do senso comum, é vulgar dizer-se: ”Está-lhe no sangue”; “É de famílias de sangue azul”, “são mesmo irmãos de sangue” (…)
A hereditariedade é um processo biológico que se caracteriza pela transmissão de informações genéticas de geração em geração.
A informação genética encontra-se inscrita no ADN, é transmitida ao longo de gerações do processo de reprodução, quer a nível das suas células. Os progenitores transmitem a informação biológica e os descendentes herdam-na.
A hereditariedade proporciona o potencial das características de pessoas mas não determina definitivamente o produto final. Este depende, em grande parte, do grau de estimulação fornecido pelo meio ambiente, intra e extra-uterino, em interacção com o potencial genético. A informação contida no genótipo e a informação proporcionada pelo meio envolvente combinam-se e interagem para determina o curso do desenvolvimento comportamental.
No primeiro caso, quando empreendemos observações imediatas desprovidas de meticulosidade; no segundo caso, quando consideramos cientificamente o Homem pressupõe uma enorme riqueza de relações de toda a ordem, como os outros, com o meio ambiente, com a cultura de que faz parte, isto é, depende de inter-relações.
O Homem não é uma entidade isolada em relação à totalidade complexa da vida: é uma unidade autónoma e também um sistema aberto biológico, social, cultural.
O Homem é portanto um conjunto de acontecimentos, foi assim necessária uma série múltiplos eventos, para que a humanidade pudesse estabelecer-se como um caso diferencial no reino animal. Reconhecemos diariamente comportamentos, vivemos e convivemos com eles, formando expectativas que nos garantem compreensão sobre o que nos cerca. Muitas questões se afiguram à nossa mente, tal como, Quais são as raízes biológicas dos nossos comportamentos?
Para responder a esta questão deparamo-nos com o tema Genética.
Esta, a ciência da hereditariedade, é o cerne das ciências biológicas, pois o material genético dá origem aos organismos com as suas potencialidades e/ou limitações biológicas, enquanto o meio interage com os genes para dar ao organismo as suas características distintas: anatomia, bioquímica, fisiológicas e de comportamento.
Todos os organismos vivos, desde a mais simples bactéria até ao ser humano, evidenciam uniformidade a nível dos seus constituintes e da sua estrutura básica. Têm os mesmos componentes químicos e celulares, mostrando as mesmas vias metabólicas e o mesmo processo básico quando se trata de Transmissão de Características Hereditárias.
Desde há séculos que o homem detecta a sucessão das gerações. A hereditariedade impõe-se pela vivencia imediata que todos nós temos. Muitas teorias foram surgindo para explicar como se transmitem as características hereditárias, algumas com pouco rigor, quando se pensou que as características estavam no sangue e que depois passavam para o ovo. Essas ideias são traduzidas na linguagem do senso comum, é vulgar dizer-se: ”Está-lhe no sangue”; “É de famílias de sangue azul”, “são mesmo irmãos de sangue” (…)
A hereditariedade é um processo biológico que se caracteriza pela transmissão de informações genéticas de geração em geração.
A informação genética encontra-se inscrita no ADN, é transmitida ao longo de gerações do processo de reprodução, quer a nível das suas células. Os progenitores transmitem a informação biológica e os descendentes herdam-na.
A hereditariedade proporciona o potencial das características de pessoas mas não determina definitivamente o produto final. Este depende, em grande parte, do grau de estimulação fornecido pelo meio ambiente, intra e extra-uterino, em interacção com o potencial genético. A informação contida no genótipo e a informação proporcionada pelo meio envolvente combinam-se e interagem para determina o curso do desenvolvimento comportamental.